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O Evangelho Plural e Libertário de Jesus:

Atualizado: 12 de jun. de 2023

Uma defesa inegociável dos direitos humanos



A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, no seu artigo primeiro afirma que:

“todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”.


Podemos inferir muitas coisas deste trecho inicial da declaração mas neste artigo nos deteremos ao princípio fundamental por ela estabelecido: a igualdade.


De acordo com o artigo I da declaração, todos os seres humanos são livres e iguais, portanto merecem ser tratados com dignidade e respeito independentemente de quem sejam, de suas preferências, de onde venham ou de qualquer outra característica. Essa ideia de igualdade expressa na declaração universal de direitos humanos nos remete ao evangelho de Jesus Cristo que tem como mensagem central o amor ao próximo que implica em tratar os outros com o mesmo respeito e a mesma dignidade que gostaríamos de ser tratados.


No evangelho de João 13:34 e 35 Jesus diz:


“Um novo mandamento dou a vocês: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros".


Jesus fala de um novo mandamento não pelo conteúdo deste, até porque Jesus quando foi sabatinado por um perito na lei sobre qual era o maior mandamento ele prontamente responde: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: Ame o seu próximo como a si mesmo”. O amor ao próximo passa a ser um diferencial, um distintivo daqueles que caminham e aprendem com Cristo.


Jesus ensinou com sua vida a importância de amar ao próximo. Suas atitudes subversivas para a sociedade da época causavam revolta e estranheza para aqueles que manipulam a religião para legitimar suas práticas discriminatórias. Em um contexto marcado pelas desigualdades, pela exclusão, opressão e pela discriminação como era o da época de Jesus, o afeto e acolhimento dispensado às mulheres, a atenção ofertada às crianças, a preocupação com os pobres, o tratamento digno aos estrangeiros, aos marginalizados, aos enfermos e a todos os desprezíveis de seu tempo nos ensinam a grandeza e a profundidade deste amor que promove e respeita a humanidade do outro tratando a todos como iguais.


Apesar de Cristo ter sido o maior defensor dos direitos humanos da história da humanidade, e de ter promovido através de suas ações a igualdade, ao longo da história seus ensinamentos foram substituídos pelo egoísmo e aqueles que deveriam ser conhecidos pelo amor ensinado pelo mestre tornam-se grandes promotores da desigualdade, da opressão e da injustiça.


O cristianismo passou a ser usado para justificar práticas discriminatórias, para promover o ódio ao diferente e para negar a humanidade do outro mas, o Evangelho de Jesus é plural e, como vimos na boca do próprio Cristo, o amor é mandamento e deve ser uma prática inegociável de todo aquele que se identifica como seu discípulo. Nosso desafio enquanto seus seguidores é resgatar a centralidade do evangelho, o amor. Não há como pensar em justiça social sem trazermos para o centro do debate este amor, ensinado por Jesus que promove a igualdade.


Para concluir, a declaração universal de direitos humanos reforça o que Jesus em toda a sua práxis disruptiva nos ensina para a construção de uma sociedade justa e igualitária: amar indistintamente ao outro independente de quem o outro seja. Isso é libertador e revolucionário! Isso é um evangelho plural, que valoriza a diversidade e que a reconhece em todas as suas formas e expressões. Que se posiciona diante das opressões e de todas as formas de negação da humanidade do outro e promove a igualdade.


Que sigamos na promoção deste evangelho plural, para a libertação e para a justiça social, para a construção de um mundo onde a igualdade, princípio fundamental do artigo I da declaração universal dos direitos humanos, seja um produto do amor, marca distintiva de quem caminha, aprende e apreende a mensagem de Jesus e não da opressão que mata, silencia e aniquila. Sigamos!




Aline Frutuoso é Mestranda em Ciências da Religião pela UMESP; integrante do grupo de pesquisa de gênero e religião Mandrágora Netmal e do MNE/RJ; Economista pela UFRRJ; Teóloga pelo Seminário Batista Carioca; pós graduada em Gestão Empresarial pela AVM; atua hoje como Assistente de Diversidade, Inclusão e Equidade pela consultoria Div.A.




Equipe

Escrita de projeto: Débora Oliveira e Vanessa Barboza | Gestão de projeto: Débora Oliveira | Revisão de textos: Carla Ribeiro | Identidade visual e designer: Carolina Barreto | Copywriter: Rafaelle Silva | Site: Anicely Santos e Débora Oliveira | Apoio: CESE - Coordenadoria Ecumênica de Serviço | Realização: Rede de Mulheres Negras Evangélicas



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